A sul-mato-grossense ainda não teria sido convidada pelo presidente Lula para assumir a nova Pasta no lugar de Flávio Dino
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) foram os responsáveis pela indicação ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do nome da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, para ocupar o lugar do ministro da Justiça, Flávio Dino, que vai para a alta Corte no lugar da ministra Rosa Weber, que se aposentou em 30 de setembro deste ano.
A informação foi repassada ontem ao Correio do Estado por interlocutores próximos da ministra sul-mato-grossense, que ainda revelaram que a indicação foi feita durante jantar entre o presidente Lula e os ministros do STF, realizado na semana passada.
Ele teria confidenciado aos ministros que para o lugar de Flávio Dino gostaria que fosse uma mulher, em uma tentativa de arrefecer o desconforto de não indicar uma mulher para a vaga da ministra Rosa Weber, e eles indicaram Simone Tebet, que é advogada e professora do curso de Direito.
No entanto, a troca não será de imediato, pois o atual ministro da Justiça permanecerá à frente da Pasta até ser sabatinado pelo Senado Federal, o que deverá ser feito até o dia 15 de dezembro, de acordo com declaração do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A atual ministra do Planejamento e Orçamento não assumirá o Ministério da Justiça de “porteira fechada”, pois Lula tem a intenção de dividir a Pasta em Justiça e Segurança Pública, e esta última cuidará especificamente das fronteiras e do combate ao crime organizado, tendo sob seu guarda-chuva a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
DESAFIO
Conforme os interlocutores de Simone Tebet, o presidente Lula ainda não fez o convite oficial para a sul-mato-grossense, porém, ela já teria confidenciado que não sabe se aceitará o novo desafio, afinal, acabou de colocar em ordem o Ministério do Planejamento e Orçamento, montando uma equipe que comunga com os seus preceitos, e não sentiria à vontade em “abandoná-los”.
Entretanto, caso seja um pedido de Lula, e não um convite, a ministra não recusará, pois não tem medo de desafios e acredita que, com trabalho e dedicação, também conseguirá atender às expectativas do presidente da República no novo cargo.
Além disso, por ser advogada e professora de Direito, o Ministério da Justiça seria uma área que Simone Tebet já domina, mesmo assim, não deixa de ser uma missão complexa para a sul-mato-grossense.
Pessoas próximas a ela, no entanto, temem que a ministra perca um pouco de projeção que alcançou nos últimos meses à frente do Planejamento e Orçamento, tanto que levantamento Atlas Intel publicado na semana passada mostra que Simone Tebet (MDB) é a segunda política com maior avaliação positiva no Brasil, chegando a 49%, perdendo apenas para o presidente Lula, que alcançou 50%.
A ex-senadora sul-mato-grossense fica à frente de nomes como o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), que obteve índice de 47%; do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), que também teve 47%; do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que conseguiu 45%; e do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL), que também aparece com 45% de avaliação positiva.
O levantamento Atlas Intel contou com uma amostra de 5.211 respondentes, via Recrutamento Digital Aleatório, entre 17 e 20 deste mês. A margem de erro é de um ponto porcentual, considerando um nível de confiança de 95%.
Procurada pela reportagem do Correio do Estado, a ministra Simone Tebet disse que preferia não comentar essa possibilidade de assumir a vaga de Flávio Dino no Ministério da Justiça porque ainda se trata de uma especulação, porém, ressaltou que, caso seja confirmado o pedido do presidente Lula, “seria um grande desafio”.