Acerto de propina foi fechado no gabinete de Giroto, diz delator
“Nesse momento, ele ia buscar a reeleição, me disse que iria precisar do nosso apoio financeiro”, diz delator sobre André.
Epicentro das denúncias de corrupção na operação Lama Asfáltica, a secretaria estadual de Obras também é citada em delação da Odebrecht como ponto de encontro para alinhavar esquema entre a empresa e o governo de André Puccinelli (PMDB).
Depois de o ex-executivo João Antônio Pacífico revelar pagamento de 10% para que a administração estadual quitasse débito de R$ 23,4 milhões, a delação de Pedro Augusto Carneiro Leão Neto detalha que o acordo foi fechado em reuniões no gabinete do então secretário Edson Giroto e na casa do empresário João Amorim.
No depoimento, destaca a habilidade de Amorim, lembra que ele não tinha cargo, mas era de absoluta confiança do governador. “Era empresário bem sucedido. João faz esse papel, com capacidade de aconselhar e viabilizar a operação”, recorda.
De forma resumida, o pagamento foi oriundo de uma dívida pela execução da MS-030, contrato originário de 1986. A obra foi feita pela CBPO (Companhia Brasileira de Projetos e Obras), que passou a integrar o Grupo Odebrecht.
“Ao assumir em 2007, disse claramente que não tinha menor condição de pagamento, que ia rever esses casos e que eu conduzisse com o Edson Giroto”, diz Pedro Augusto, descrevendo a conduta de Puccinelli sobre o débito. A situação só voltou a ser discutida em 2010, quando o então governador teria exigido desconto sobre o valor original de R$ 70 milhões.
“Nesse momento, ele ia buscar a reeleição, me disse que iria precisar do nosso apoio financeiro”, relata. O delator narra que o acordo só foi efetivado quando entra em campo João Amorim.
Fonte:campograndenews