Após 1 ano e seis meses, apuração de delação de Delcídio emperra no STF
Sem ter tido comprovação até então, a investigação fruto da delação premiada do ex-senador de Mato Grosso do Sul, Delcídio do Amaral, encontra dificuldades para avançar no STF (Supremo Tribunal Federal).
A delação do ex-parlamentar foi homologada em fevereiro de 2016, após ter sido preso em novembro de 2015. A colaboração de Delcídio gerou crise no Planalto, até então comandado por Dilma Rousseff, PT. As informações são da Folha de São Paulo.
Na ocasião, Delcídio acusou a então presidente de tentar obstruir a Lava Jato. No entanto, as declarações ainda não foram comprovadas pelos investigadores, uma vez que o ex-senador só apresentou anotações e agendas.
Dos oito inquéritos que tramitam no Supremo com conteúdo da delação. Quatro deles foram gerados a partir das delações do ex-senador, mas não apenas por causa dela. Ele também prestou 21 depoimentos, dos quais 18 deles permaneceram no STF.
Um dos exemplos da “dificuldade“ na comprovação envolve a acusação, por parte de Delcídio, de que Dilma Rousseff indicou Marcelo Navarro ministro do Superior Tribunal de Justiça, sob o compromisso de que ele votaria pela soltura de empreiteiros presos na Lava Jato. O relator é Edson Fachin e o processo segue em segredo de Justiça.
Neste caso, segundo a reportagem, a Polícia Federal cumpriu diligências para analisar as câmeras de segurança do Palácio da Alvorada e do Senado, verificar dados de entrada em prédios, quebrar sigilo e colher depoimentos. Mas, faltam registro das imagens.
Os investigadores disseram que era possível perceber que as declarações dificilmente seriam difíceis de comprovar porque o ex-senador não entregou provas. Portanto, seria difícil comprovar fatos que não eram apenas articulação política.
Outra situação envolvia o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), que tratava de difamação em eleição, mas também foi arquivado.
Outro lado – O advogado de defesa de Delcídio, Antonio Figueiredo Basto, disse à Folha que a delação é “excelente”, afirmando que tem documentos do MPF (Ministério Público Federal) e Polícia Federal que comprovam que o ex-senador colaborou em diversas investigações.
A reportagem do Campo Grande News tentou contato com o próprio ex-parlamentar, por telefone, mas a ligação deu sinal de indisponibilidade.
Fonte:dahorabataguassu