Ministério Público de Mato Grosso do Sul apontou que fraudes eram cometidas em contratos superfaturados de ar-condicionado e produtos hospitalares
Após a Operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrada hoje (29), contra servidores do alto escalão do governo de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel decidiu afastar o secretário adjunto da Secretaria Estadual de Educação (SED), Edio Antonio Resende de Castro e o secretário-adjunto da Casa Civil, Flávio Brito.
O Gaeco prendeu sete pessoas e cumpriu 35 mandados de busca e apreensão em cinco cidades de Mato Grosso do Sul, pelo crime de corrupção em licitações públicas fraudulentas, estimada em R$ 70 milhões para compra de ar-condicionado e produtos hospitalares.
Conforme a investigação do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio do Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECOC), a organização criminosa atuava fraudando licitações públicas de locação de equipamentos médicos hospitalares a aquisição de materiais e produtos hospitalares para pacientes da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Campo Grande, dentre outros.
Do alto escalão do governo de Mato Grosso do Sul, foram presos o secretário adjunto da Secretaria Estadual de Educação (SED), Edio Antonio Resende de Castro, a responsável pelas licitações na Secretaria de Estado de Administração (SAD-MS).
Da Apae foi preso Paulo Henrique Muleta Andrade, do setor de licitações da Secretaria de Estado de Administração (SAD-MS), a pregoeira Simone de Oliveira Ramires Castro, bem como os servidores públicos Thiago Haruo Mishima, Andrea Cristina Souza Lima, Victor Leite de Andrade e Sergio Duarte Coutinho Júnior.
Um oitavo alvo da operação não foi encontrado pela operação. Já o secretário-adjunto da Casa Civil, Flávio Britto e o ex-secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende foram alvo de mandado de busca e apreensão.
Confira a nota do governo:
O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul informa que os servidores sob investigação, no âmbito da operação do Gaeco/Gecoc, realizada na manhã de hoje, quarta-feira (29), resultante de inquérito sobre contratos firmados em anos anteriores, serão imediatamente afastados de suas funções.
O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul informa que a medida visa garantir total transparência sobre contratos e procedimentos adotados pela gestão pública.
O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul esclarece ainda que a operação não se estendeu a órgãos do Governo do Estado e que a Controladoria-Geral e a Procuradoria-Geral acompanharão as novas etapas da investigação.
Sobre a Operação Turn Off
A operação do Gaeco foi batizada de Turn Off, voltada ao cumprimento de 8 mandados de prisão preventiva e 35 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Campo Grande, Maracaju, Itaporã, Rochedo e Corguinho.
A investigação, segundo o Gaeco, constatou a “existência de organização criminosa voltada à prática dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, fraude em licitações de contratos públicos e lavagem de dinheiro”.