Coronel David apresentou requerimento cobrando explicações, enquanto Silvio Pitu vai assumir a presidência de comissão
Após a repercussão de reportagem do Correio do Estado de que foram aditivados pela Prefeitura de Campo Grande os contratos de três empresas investigadas pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS) no esquema de corrupção e fraude em licitações, no Executivo municipal, encabeçado pelo empreiteiro André Luiz dos Santos, o André Patrola, tanto a Assembleia Legislativa quanto a Câmara Municipal da Capital resolveram fechar o cerco contra os envolvidos.
Durante a sessão de ontem na Casa de Leis do Legislativo estadual, o deputado Coronel David (PL) apresentou requerimento para que a prefeita Adriane Lopes (PP) envie informações e documentos referentes aos aditivos firmados em contrato existente com as empresas MS Brasil Comércio e Serviços, Engenex Construções e Serviços e André L. dos Santos Ltda., as quais são alvo de investigação pelo MPMS.
Além disso, o parlamentar solicitou documentos para saber se há algum processo licitatório para a substituição das referidas empresas. Em caso de inexistência, o deputado estadual quer entender a razão de isso não ter sido realizado.
“Diante da investigação por parte do MPMS em empresas que prestam serviço de manutenção de vias e locação de máquinas para a Prefeitura de Campo Grande, por suposta prática de crimes de peculato, corrupção, fraude à licitação e lavagem de dinheiro, fato que tem sido fartamente noticiado na imprensa, causa-nos espanto que essas empresas continuem a prestar serviço ao Executivo municipal, tendo seus prazos prorrogados e contratos aumentados com cifras milionárias”, declarou Coronel David ao Correio do Estado.
O parlamentar acrescentou que apresentou o requerimento encaminhado à prefeita Adriane Lopes, para que seja enviado à Assembleia Legislativa os documentos que comprovem que os contratos estão regulares e que, dessa forma, explique a manutenção e a prorrogação dos mesmos.
“Embora ainda esteja em processo de investigação e não caiba aqui nenhum juízo de valor, espera-se que o gestor público tenha sempre responsabilidade no trato do dinheiro do pagador de impostos”,
argumentou, complementando que continuará fiscalizando e cobrando transparência.
COMISSÃO ESPECIAL
Já na Câmara Municipal de Campo Grande, o vereador Silvio Pitu (PSD) é cotado para assumir a presidência da comissão especial criada pela Casa de Leis que analisará os seis contratos firmados pelo Executivo municipal com as empresas responsáveis pela manutenção de vias não pavimentadas da Capital, as quais são alvo da Operação Cascalhos de Areia, que foi deflagrada em junho pelo MPMS.
A presidência dessa comissão estava sob o comando do vereador Ayrton Araújo (PT), porém, ele já comunicou ao presidente da Câmara Municipal, vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão, a renúncia de sua função. Agora, o cargo deve ser destinado ao parlamentar do PSD.
“Caso assuma de fato a presidência da comissão especial, pretendo me concentrar se esses contratos estão mesmo sendo cumpridos em Campo Grande”, ressaltou Pitu.
A relatoria vai continuar com o vereador Clodoilson Pires (Podemos), que terá 60 dias para apresentar um relatório conclusivo, enquanto os demais integrantes da comissão especial, que são os vereadores Ademir Santana (PSDB) e Dr. Jamal (MDB), também vão prosseguir.
“É uma grande responsabilidade assumir a relatoria da comissão especial para analisar os contratos firmados pelo Executivo municipal com as empresas responsáveis pela manutenção de vias não pavimentadas. Trabalharei em conjunto com os demais membros da comissão para garantir que nossa análise seja completa e justa, visando chegar a conclusões que beneficiem nossa comunidade e à transparência do processo”, afirmou Clodoilson.
A criação da comissão reflete na preocupação das autoridades em esclarecer as suspeitas envolvendo os contratos, e o grupo de vereadores terá a responsabilidade de analisá-los detalhadamente. (Colaborou Glaucea Vaccari)