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Campo Grande tem 20 milhões de ‘mosquitos soldados’ contra a dengue em mais de 30 bairros

Projeto para combater a dengue iniciará a 3ª fase na próxima semana
Projeto para combater a dengue iniciará a 3ª fase na próxima semana – Marcos Ermínio / Midiamax

O Método Wolbachia que consiste em soltar mosquitos combatentes do Aedes Aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya, chegou a 2ª fase em Campo Grande com mais de 20 milhões de ‘guerreiros’ espalhados por mais de 30 bairros. O resultado da 2ª fase do estudo foi divulgado na noite de quarta-feira (20).

A iniciativa pode ser levada para cidades do interior de Mato Grosso do Sul, segundo informou o secretário estadual de saúde, Geraldo Resende. ““Estamos entusiasmados com os resultados deste projeto, perto de completar um marco histórico, com um ano da Biofábrica. Assim, queremos evoluir e expandir esta iniciativa para outras cidades do Estado”.

Segundo o gestor da WMP/Fiocruz no Brasil, Gabriel Sylvestre, o wolbito – como é chamado o mosquito, se estabeleceu bem em Campo Grande. “Após a soltura, a gente espera que o wolbito se estabeleça, cruze e tenha filhotes com a Wolbachia. Assim, constatamos que há bairros com excelentes nos resultados com índice de 60%. Isto significa que temos uma sustentabilidade em campo, fator responsável pelo sucesso do projeto. O engajamento da população em relação ao projeto também foi muito positiva”.

Wolbitos em Campo Grande

Então, estima-se que quase 20 milhões de wolbitos tenham sido soltos em mais de 30 bairros de Campo Grande. “Na primeira fase foram 10 milhões de mosquitos liberados e na segunda fase estamos perto de completar nove milhões. É importante ressaltar, que eles não foram liberados tudo de uma vez. Isto é fruto de cinco meses de trabalho intenso. Uma vez por semana os agentes de saúde liberam entre 100 a 150 mosquitos por 16 a 20 semanas. Cada fase do projeto compreende a sete mil pontos de soltura”.

Para marcar o início da terceira fase, na próxima terça-feira (26) deve acontecer a soltura simbólica do wolbito em frente a Secretaria de Estado de Saúde. “Este ato se incorpora a programação da nova Campanha Contra a Dengue que será intensificada a partir de novembro e que se estende até 2022. Iniciamos esta semana, as articulações para o desenvolvimento de ações preventivas ao enfrentamento a Dengue, Zika e Chikungunya, além da Febre Amarela”, pontua o assessor militar na SES, Coronel Marcelo Fraiha.

O que é o método?

O Método Wolbachia é resultado da descoberta do WMP de que o mosquito Aedes aegypti, quando contém a bactéria Wolbachia, tem sua capacidade reduzida na transmissão de doenças. Campo Grande foi escolhida por ser uma cidade de médio porte e vinha sofrendo com a alta incidência de Dengue e por isso, foi escolhida no Centro-Oeste para mostrar que o projeto pode funcionar em diversos biomas do Brasil.

O projeto consiste no engajamento da população e depois entra a fase de liberação dos mosquitos por determinado período, cerca de 16 semanas. Esses mosquitos vão se cruzando na natureza e, com o passar do tempo, haverá uma grande porcentagem do mosquito naquela localidade com a Wolbachia, com isso esperamos ter uma redução das doenças e podemos proteger a população”.

A Wolbachia é uma bactéria intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti. Quando presente neste mosquito, ela impede que os vírus da Dengue, Zika, Chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito, contribuindo para redução destas doenças. Não há modificação genética nem no mosquito, nem na bactéria.

Fonte:Midia Max

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