Os candidatos de ambos devem se enfrentar na disputa pelas prefeituras de Campo Grande, Dourados e Terenos
A pouco menos de nove meses das eleições municipais deste ano, o Correio do Estado inicia hoje uma série de matérias abordando as principais incógnitas para o pleito que se avizinha. Nesta primeira reportagem, tratamos de como a influência política do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e da senadora Tereza Cristina (PP) deve contribuir para a escolha dos prefeitos de Campo Grande, Dourados e Terenos, cidades onde estes dois velhos aliados devem se enfrentar.
No caso de Reinaldo Azambuja, os candidatos do PSDB nesses três municípios serão o deputado federal Beto Pereira (Campo Grande), o ex-deputado estadual Marçal Filho (Dourados) e o prefeito Henrique Wancura (Terenos). No caso de Tereza Cristina, os candidatos do PP serão a prefeita Adriane Lopes (Campo Grande), o prefeito Alan Guedes (Dourados) e a vereadora Lucilha de Almeida (Terenos).
Para o diretor e coordenador do Instituto de Pesquisas Resultado (IPR), Aruaque Fressato Barbosa, a influência dessas duas lideranças políticas locais vai até certo ponto, porém, isso não vai ser definitivo para eleger o prefeito ou a prefeita dessas cidades, pois os candidatos terão de trabalhar as questões locais e ser capazes de mostrar que são fortes, viáveis e bons gestores, e o discurso e a capacidade de resolver os problemas dos municípios vão fazer toda a diferença nestas eleições.
“Nos casos específicos de Campo Grande e Dourados, na minha opinião, todos os partidos vão se concentrar muito nesses dois municípios porque, juntando ambos, são aproximadamente 40% do total de votos no Estado, então, os projetos políticos para quem está de olho no Senado, na Câmara dos Deputados, na Assembleia Legislativa e até mesmo no cargo de governador, essas duas cidades são muito importantes, principalmente para os partidos de Reinaldo Azambuja e de Tereza Cristina, que terão um grande embate em ambas”, ressaltou.
Aruaque Barbosa completou ainda que nessas duas cidades os partidos que lançarem candidaturas na majoritária terão de se empenhar muito porque o vencedor largará na frente para as eleições de 2026. “O partido que conseguir esses dois municípios dará um salto gigantesco, pois terá em mãos mais de 40% do eleitorado de Mato Grosso do Sul”, argumentou.
POLARIZAÇÃO NACIONAL
O diretor do IPR também analisou como a polarização entre o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) influenciará nas eleições municipais nas principais cidades de Mato Grosso do Sul.
“Na minha opinião, vai ter essa divisão sim, entre Lula e Bolsonaro, entre os candidatos, mas vamos ter também candidatos neutros. Só que eu acredito que, por exemplo, a direita não vai conseguir se unir em torno de uma única candidatura. Então, acho que isso vai dividir votos em Campo Grande, que é uma cidade conservadora”, projetou.
Aruaque Barbosa pontuou que, ao contrário da direita, que tem vários nomes – Adriane Lopes, Capitão Contar (PRTB), Marcos Pollon (PL), Coronel David (PL), entre outros –, a esquerda tende a encontrar uma dificuldade local. “Vai usar mais a imagem do Lula?”, questionou, lembrando que o PT tem apenas o nome da deputada federal Camila Jara.
Ele disse que Campo Grande terá uma das eleições municipais mais disputadas dos últimos tempos. “Tudo indica que sim, mas ainda não está nada certo, pois não temos certeza sobre as candidaturas de alguns agentes políticos. Pois, se o ex-governador André Puccinelli [MDB] sair, teremos um cenário, se a Rose Modesto [União Brasil] for para a disputa, será outro, assim como se o Capitão Contar sair candidato, pois os três têm densidade eleitoral”, explicou.
O diretor do IPR adiantou que não teremos apenas candidatos alinhados à direita ou à esquerda. “Teremos candidatos de diferentes vertentes, provocando a divisão dos votos. Dessa forma, quem for ao segundo turno terá de unir esses dois grupos antagônicos”, finalizou.
FONTE: Correio do Estado