Em Mato Grosso do Sul, apenas 13,21% das crianças de seis meses a menores de cinco anos receberam a primeira dose do imunizante contra a Covid-19
A partir do ano que vem, a vacina contra a Covid-19 será inserida no Calendário Nacional de Vacinação para crianças de seis meses a menores de cinco anos, idosos e grupos de risco. No entanto, em Mato Grosso do Sul, apenas 13,21% das crianças na faixa etária de vacinação anual foram imunizadas com a primeira dose.
Ao todo, até quatro anos de idade, 26.315 crianças tomaram a primeira dose do imunizante contra a Covid-19. Os dados são do painel público de saúde do Estado e apontam que esse número cai pela metade na segunda dose, que teve a adesão de apenas 13.547 crianças, e diminui drasticamente na terceira dose, com apenas 1.788 crianças imunizadas.
O médico infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Julio Croda aponta que já havia uma previsão da inclusão da vacina de Covid-19 no calendário nacional, assim como já foi feito em outros países, como Estados Unidos e Reino Unido.
“Agora, a vacina de Covid-19 passa a fazer parte do calendário da criança de seis meses a cinco anos, a criança pode receber duas doses de Pfizer ou duas doses de Moderna. E passa a compor também a campanha, que deve ocorrer anualmente no Brasil, muito provavelmente associada à vacina da influenza, da gripe, porque é basicamente o mesmo público-alvo”, relata o especialista.
“A faixa etária infantil foi escolhida para garantir uma proteção inicial às crianças”, informa Croda.
“O risco de pegar doença e desenvolvê-la de forma grave é maior entre seis meses e dois anos. Então, a vacina garante uma proteção extremamente necessária para esse grupo de seis meses a cinco anos, porque a criança não foi exposta anteriormente, e garante a proteção para os grupos mais vulneráveis à hospitalização e ao óbito”, explica Croda.
Já os idosos, um dos grupos que deverá reforçar a vacinação contra a Covid-19 anualmente, tiveram uma adesão maior. Cerca de 63,32% do grupo aderiu à primeira dose do imunizante, aproximadamente 374.170 pessoas acima de 60 anos.
No Estado, Campo Grande foi o município que mais teve pessoas imunizadas, sendo um total de 2.125.147 doses de imunizante aplicadas em todos os grupos aptos. Dessas doses, 5.644 são de crianças de zero a quatro anos, que tomaram a primeira dose, e 3.034 da segunda dose.
Em relação aos idosos da Capital, a adesão da primeira dose da vacinação contra a Covid-19 foi de 127.359, enquanto 125.840 tomaram a segunda dose.
Além de crianças e idosos, estão entre os grupos prioritários gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde, pessoas com comorbidades, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, pessoas que vivem em instituições de longa permanência e seus trabalhadores, pessoas com deficiência permanente, pessoas privadas de liberdade, adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas, funcionários do sistema penitenciário e pessoas em situação de rua.
AUMENTO DE CASOS
Nessa primeira semana de novembro, o Ministério da Saúde vai lançar uma nova campanha de conscientização em todo o País, reiterando a importância da testagem, da vacinação e do tratamento contra a Covid-19.
O Ministério da Saúde informa ainda que o Brasil segue a tendência observada mundialmente e registra oscilação no número de casos de Covid-19. De acordo com o último Boletim Epidemiológico da doença, publicado no dia 31 de outubro pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), Mato Grosso do Sul registrou 324 casos e dois novos óbitos pela doença.
Ao todo, já são 24.454 casos de Covid-19 confirmados este ano e 178 óbitos, número bem abaixo do que foi notificado nos últimos anos, principalmente antes da vacina.
Em 2020, foram registrados 133.761 casos da doença em MS e 2.397 óbitos; em 2021, foram 246.644 casos de Covid-19 e 7.358 óbitos; e no ano passado foram confirmados 212.804 casos e 1.200 óbitos.
O Ministério da Saúde também acompanha a situação da Covid-19 nos estados por meio do Boletim InfoGripe, produzido pela Fiocruz. No último levantamento, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo registraram aumento de casos na população adulta.
No entanto, em Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, houve uma sinalização de aumento lento nas ocorrências de síndrome respiratória aguda (SRAG), positivas para Covid-19, em idosos, mas sem reflexo no total de casos identificados. A Pasta afirma que a vacina é a principal medida de combate ao vírus e prevenção contra as formas graves da doença.
“Hoje, o imunizante está disponível gratuitamente no SUS para toda a população acima de seis meses de idade. Maiores de 18 anos, que já tomaram pelo menos duas doses da vacina, devem receber uma dose de reforço da bivalente. Pessoas que ainda não completaram o ciclo vacinal ou estão com alguma dose de reforço em atraso podem atualizar a caderneta nas unidades de saúde”, ressalta o Ministério da Saúde.