Partido voltou a incluir o nome do deputado estadual, ampliando para 6 os interessados em disputar a prefeitura em 2024
O que era para ser uma reunião para analisar o quadro político e eleitoral do diretório municipal do PT em Campo Grande, com o objetivo de formar a chapa majoritária e proporcional para as eleições municipais do próximo ano, acabou servindo para criar mais dúvidas do que certezas sobre como o partido caminhará nas eleições de 2024 na Capital.
Se antes do encontro a legenda tinha cinco nomes para ser o pré-candidato ou a pré-candidata da sigla na disputa pela Prefeitura de Campo Grande – o deputado estadual e ex-governador Zeca do PT, a deputada federal Camila Jara, a advogada Giselle Marques e as professoras Bartolina Ramalho Catanante e Eugenia Portela –, durante a reunião esse número aumentou para seis, com a inclusão do deputado estadual Pedro Kemp.
Na prática, ao inflar a relação de interessados em representar o PT como pré-candidato do partido ao cargo de prefeito da Capital, a medida serviu para intensificar a pressão de uma ala petista que defende uma frente ampla encabeçada pela ex-deputada federal Rose Modesto (União-MS), atual titular da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco).
Para esse grupo do PT, conforme apurou o Correio do Estado, o partido indicaria o pré-candidato a vice-prefeito de Campo Grande na chapa que teria como cabeça Rose Modesto e o nome de Pedro Kemp seria o ideal entre os seis nomes presentes na lista petista.
Um dos defensores dessa frente ampla é o deputado federal Vander Loubet (PT-MS), que participou da reunião de ontem no diretório municipal e vê Rose Modesto como um bom nome para a Prefeitura de Campo Grande, bem como para construir uma boa base de apoio para as eleições de 2026.
A explicação é plausível, afinal, Rose é evangélica, mulher e tem boa aceitação em segmentos populares, inclusive naqueles que mesclam tendências conservadoras para o comportamento, mas progressistas para políticas sociais.
Além disso, Rose é um dos poucos nomes capazes de agregar uma frente ampla de partidos, unindo a esquerda, como PT, Psol, PDT e PSB, e partidos mais ao centro-direita, como MDB e Podemos, de seu irmão, o deputado estadual Rinaldo Modesto.
“Sempre tive uma ótima relação com ela e acredito que a Rose é um excelente nome para muitas eleições que virão pela frente”, disse o parlamentar ao Correio do Estado.
De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, a ala do PT que defende uma frente ampla encabeçada por Rose Modesto só aceitaria abrir mão de tal possibilidade em duas circunstâncias. A primeira é de que a titular da Sudeco desista de sair candidata à prefeitura da Capital, enquanto a segunda seria a executiva nacional do partido determinar que a legenda tenha candidatura própria.
ADIAMENTO
Em conversa com a reportagem, o presidente do diretório municipal do PT em Campo Grande, Agamenon Rodrigues do Prado, disse que na reunião de ontem ficou decidida a inclusão de Pedro Kemp na lista de pré-candidatos do partido à Prefeitura de Campo Grande porque dois dos postulantes à vaga faltaram: Zeca e a professora Eugenia Portela.
“Para não termos nenhum tipo de problema, incluímos o nome do Kemp e marcamos uma nova reunião para segunda-feira [11], quando esperamos contar com a presença dos seis integrantes da lista e, finalmente, bater o martelo sobre quem será o representante do PT nas eleições municipais de 2024, que será oficializado na plenária marcada para o dia 23 de setembro”, declarou.
Agamenon do Prado já havia adiantado ao Correio do Estado que a intenção do PT é chegar à plenária do dia 23 de setembro sem divergências sobre o nome do partido que será candidato à Prefeitura de Campo Grande.
“O objetivo é zerar as divergências o mais rápido possível”, afirmou, acrescentando que não tem a intenção de deixar para a plenária a escolha de quem será o representante do PT na majoritária.